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sexta-feira, 5 de junho de 2015

A IGREJA DEVE FICAR CALADA?

Estão certos os que defendem o silêncio da igreja diante do pecado e dizem que só o amor de Deus deve ser mostrado ao mundo? 

Radicalismo, extremismo ou excesso de qualquer tipo jamais devem ser características da igreja de Cristo. É fato. O equilíbrio é sempre o bom tempero para qualquer coisa, e isto não deve mudar, nem pode. O que deve ser reavaliado, no entanto, é o comportamento social da igreja na atualidade. E há razões de sobra para pensarmos responsavelmente na questão, e pensarmos biblicamente, afinal, sem Bíblia não há igreja. Que influência de fato a igreja de Cristo está exercendo sobre o mundo? Ela realmente tem sido a voz de DEUS para os perdidos além das quatro paredes dos templos? Cumprimos apenas o "ide" para a pregação do evangelho ou cumprimos também o papel de confrontadores do pecado,  de profetas da última hora, de denunciantes da iniquidade e moderadores morais? Sim, moderadores morais! Este é um dos papéis da igreja através da exposição e confrontação do pecado. Ela não tem o dever de evitar na íntegra o apodrecimento moral, até porque é impossível, todavia, ela possui o papel de freá-lo, ou pelo menos de viver tentando fazê-lo quando expõe o pecado de forma clara e direta. Afinal, esta é uma das principais finalidades da igreja exposta por Cristo aos discípulos no evangelho de Mateus 5.13, conforme lemos: "Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para lançar fora, e ser pisado pelos homens". Penso que uma igreja que se cala, que silencia diante do pecado e das aberrações que surgem no tempo do fim, é uma igreja omissa, inútil, neutra e, como disse o Senhor Jesus, tornou-se insípida. E, fatalmente será pisada pelos homens que, aliás, esperam avidamente a oportunidade de fazê-lo.

Vejo diariamente alguns professos apologistas, pregadores e até pastores dizendo que a igreja não deve envolver-se diretamente com as questões concernentes ao mundo à nossa volta até porque está perdido mesmo, então temos que aprender a conviver pacífica e passivamente com ele. Inflamam-se quando apontamos práticas pecaminosas, mudanças culturais, transformações morais e comportamentos claramente nocivos às pessoas, à espiritualidade e às nossas famílias. Aparecem defendendo heroicamente nas redes sociais os meios de comunicação que deturpam valores, práticas desde sempre condenadas pela Bíblia, grupos e movimentos que não só praticam o que não agrada a Deus, mas que também lutam para imporem seus devaneios e comportamentos abominados pelo SENHOR. Vivemos no Brasil um momento de euforia social em relação a diversos temas: aborto, correção dos filhos, prostituição, equilíbrio dos meios de comunicação, homossexualidade, corrupção política, maioridade penal, limites para os professores e para os alunos em sala de aula e outros. E a verdade é uma só: perdeu-se o controle de muitos comportamentos nocivos, aprofundou-se o estado de permissividade e inverteu-se muitos valores que claramente estão levando o país e o mundo ao caos. Tempos do fim, profecias se cumprindo? Sim, claro que sim. Bem, e o que devemos fazer? Afastar-nos disso tudo, desistirmos de pregar a verdade e assistirmos passivamente famílias se esfacelando, a sociedade zombando de Deus e parte da igreja se acovardando diante do seu papel e do seu dever de proclamar a verdade? Anunciarmos cômoda e confortavelmente apenas o amor de Deus para a humanidade e evitarmos o constrangimento, a antipatia e o anúncio antiquado da justiça, do juízo divino e das verdades presentes na totalidade do evangelho? Devemos pensar seriamente sobre isto.

Entre as questões envolvidas diretamente na responsabilidade da igreja como agência divina na terra, apresento algumas que considero essenciais, inevitáveis e obrigatórias. Em primeiro lugar, o apóstolo Paulo recomendou entranhavelmente: "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12: 2). Logo, contrariando todo pensamento de que a igreja deve conformar-se, aceitar e viver passivamente no mundo, devemos estar cada dia mais inconformados. Em segundo lugar, a igreja precisa brilhar com suas boas obras: "Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5: 14-16). Se a igreja fizer o que o mundo faz e comportar-se como o mundo se comporta, sua luz não aparecerá ou será sufocada pelo alqueire do mundo.  Em terceiro lugar, a sabedoria de Deus em todas as suas faces precisa tornar-se conhecida do mundo espiritual e do mundo físico; seja a face do amor, ou seja a face da justiça. Em Efésios 3: 10 está escrito: "para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais". É a igreja quem deve propagar a multiforme sabedoria de Deus em todos os lugares, dentro e fora dela. Se porventura calar-se, omitir-se, silenciar ou acovardar-se, estará escondendo o que deveria revelar. Há um quarto ponto que devemos considerar seriamente: era admirável nos apóstolos e primeiros discípulos de Cristo a coragem para confrontar os homens que lhes resistiam, mesmo que respeitando-lhes em suas funções, priorizando o que Deus lhes incumbira de fazer. Em Atos 4: 18-20, após Pedro e João serem levados perante o Sinédrio (tribunal religioso dos judeus) por anunciarem a Cristo e suas doutrinas, interpelados e proibidos de pregarem o evangelho, reagiram exemplarmente: "E, chamando-os, disseram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem, no nome de Jesus. Respondendo, porém, Pedro e João, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido". Notem, que eles não estavam apenas os proibindo de pregarem o evangelho, mas também de ensinarem no nome de Jesus. Esta deve ser a postura firme da igreja: ensinar o que Deus lhe ensinou sobre o pecado e suas consequências. Acima de tudo, ouvir a Deus. Tudo o que o mundo e os homens disserem contra a Bíblia Sagrada, está abaixo de Deus. Novamente, em Atos 5: 28,29 eles são repreendidos pelas autoridades religiosas após saírem miraculosamente da prisão, onde foram trancafiados por pregarem o evangelho da verdade, e acusados de lançarem o sangue de Jesus sobre elas (juízo). A resposta deles narrada pelo evangelista Lucas é firme, veemente e, para muitos religiosos dos nossos dias, radical demais. Eis a narrativa: "Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens".  Essa mesma coragem, essa mesma dose de ousadia gerada pela presença e pelo revestimento do Espírito Santo, deve estar viva na igreja de hoje: "e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus" (Atos 4: 31).

Em quinto lugar, em tempos iniciais da igreja, o apóstolo Paulo declarou o poder do evangelho para o judeu e para o grego, para o seu povo e para os gentios. No contexto atual, é o mesmo que dizer: para o crente e para o mundo sem Deus. Então, Cristo e sua doutrina devem ser anunciados dentro da igreja e fora dela. Sua palavra deve santificar a igreja e julgar o mundo apontando-lhe os erros e mostrando-lhe o caminho da salvação. Em Romanos 1: 16, o apóstolo brada: "Porque eu não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiramente do judeu e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé". O que será que o destemido apóstolo dos gentios diria a respeito da igreja de hoje? Que avaliação ele faria dos "apologetas" que reprovam a intrepidez e a veemência dos profetas que denunciam o pecado e expõem ao mundo suas objeções e protestos contra tudo que se rebela contra Deus? Ele aprovaria, incentivaria ou aplaudiria o silêncio dos omissos e covardes que recuam diante da pressão do mundo? Certamente que não! E a igreja deve seguir corajosamente em frente sem jamais camuflar o juízo divino sob pretexto de revelar apenas o amor de Cristo! Em sexto lugar, nem Cristo, nem Paulo, nem Pedro ou qualquer um dos apóstolos esconderiam do mundo, como não esconderam naqueles tempos, a ira e o juízo de Deus sobre o pecado e sobre os pecadores inconversos. E foi isso que prosseguiu dizendo o pregador convertido na estrada de Damasco, um pouco mais a frente em Romanos 1: 18 e 19: "Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou". Nem a hermenêutica, nem a boa exegese nos farão enxergar de outra forma o dever da igreja de profetizar com autoridade, de denunciar com veemência e de se contrapôr ao pecado!

Só podemos concluir seguramente que não devemos sentir medo, nem nos calarmos, mas falarmos como "disse o Senhor em visão, a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales" (Atos 18: 9). A igreja e seus pregadores não foram chamados para se tornarem ícones da simpatia, para agradarem ou para suavizarem a mensagem do evangelho. Os profetas de hoje são os pastores, os evangelistas e os pregadores do seio da igreja. Como os profetas do passado, precisam estar dispostos a morrerem pelo evangelho, se necessário for. Não se pode aceitar ou pensar que a igreja de Cristo deva ser insípida, deva perder ou abrir mão do seu poder de salgar o mundo! Isto é ser cristão. Ao pregador britânico Leonard Ravenhill, atribui-se a seguinte afirmação: "A pior coisa que pode acontecer a um pregador é ele se tornar cortês". Não tenho dúvida alguma disto e creio que os pregadores convictos de suas chamadas também não tenham. A igreja precisa exercer influência poderosa sobre o mundo, ou acabará inevitavelmente admitindo o que afirmou Charles Spurgeon, pregador batista reformado britânico que viveu de 1834 à 1892, tendo pregado seu primeiro sermão aos dezesseis anos de idade: "Sei porque a igreja tem pouca influência no mundo atualmente: é porque o mundo tem muita influência na igreja". Que Deus nos guarde dessa tragédia espiritual e que nos dê coragem e responsabilidade suficientes para sermos guardiões da ousadia e do evangelho que denuncia o pecado! A igreja deve ficar calada? Não! Jamais! Deve gritar o mais alto que puder o amor de Deus e seus juízos eternos.

Pastor Jesiel Freitas
Ministério Palavra no Altar

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