Algumas das coisas que tem me feito refletir nos últimos tempos, são a banalização do santo ministério e com ele o tratamento equivocado que muitas pessoas dispensam aos seus pastores, líderes e obreiros em geral. Na verdade, o comportamento duvidoso de alguns chamados “homens de Deus” tem feito muita gente desacreditar na vocação ministerial como sendo algo divino. Por outro lado os desajustes de alguns não podem de maneira alguma enfraquecer o respeito, a reverência e a educação com que devem ser tratados aqueles que com sinceridade lidam com o seu chamado ministerial. Tenho visto pessoas desdenharem seus líderes espirituais, lançando mão do conhecido e velho jargão: “são homens como quaisquer outros”...
É evidente que jamais poderemos discordar do fato de que os pastores, líderes e obreiros constituídos aquí na terra, são homens comuns formados da mesma constituição física que o restante da humanidade! Mas é preciso compreender, que embora muitas vezes sejamos tentados a negar isto, todo verdadeiro “homem de Deus” recebe uma capacitação especial para o exercício de sua vocação, que o destaca dos demais. Note, no entanto, a expressão verdadeira que frisei no título deste texto, lembrando que não me refiro às pessoas levianas, inconseqüentes ou irresponsáveis que julgam estar acima de tudo e de todos para em NOME DE DEUS praticar todos os tipos de aberrações e escândalos no Reino deste mesmo Deus! Estou falando de homens que levam a sério suas vocações e se dedicam a obra do Senhor com a mesma reverência que esperam daqueles que por eles são instruídos, liderados e dirigidos. Tais homens, embora escolhidos por Deus para uma vocação específica, permanecem aos pés da cruz de Cristo. A esta altura é interessante que voltemos nossos olhos para o texto de I Tessalonicenses 5: 12,13 que diz:
E rogamo-vos irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima, por causa da sua obra.
Com clareza é possível identificar o chamamento à responsabilidade no trato que cada cristão deve ter com seus pastores, líderes e obreiros em geral. É importante ressaltar duas expressões do apóstolo Paulo neste texto em particular: Primeira: “...os que trabalham entre vós...” e segunda: “...por causa da sua obra”. Qualquer leitor comum do livro sagrado, dotado de capacidade de observação, perceberá com facilidade que este tratamento diferenciado que se deve ao líder está diretamente relacionado com o trabalho que ele desenvolve e com a obra que ele exerce na casa de Deus! Gosto ainda de duas expressões aquí presentes. São elas: “reconheçais” e “grande estima”. Vejamos seus respectivos significados:
RECONHECER: 1. Valorizar. 2. Apreciar o verdadeiro valor de uma pessoa
ESTIMA: 1. Sentimento da importância, do valor, de alguém ou de algo; apreço.
(Minidicionário Aurélio da Língua Portuguesa)
Praticamente dispensa dizer que é preciso valorizar e reconhecer o verdadeiro valor de um pastor, líder ou obreiro do Senhor. O apóstolo lançou mão da expressão “os tenhais em grande estima”. Fica claro que ele fala da grande importância, do grande valor de alguém e do grande apreço que devemos ter por esse alguém. Mas ainda há outros textos que podemos analisar. Vejamos o texto de Filipenses 2: 29, onde o mesmo apóstolo recomendou aos crentes da cidade de Filipos que recebessem seu cooperador e obreiro Epafrodito com grande alegria e o tivessem em HONRA. Ele havia estado doente quase à morte, enquanto trabalhava para o Senhor. A palavra honra, também em definição do Minidicionário Aurélio, significa:
1. Consideração à virtude, ao talento, à coragem, à santidade, às boas ações ou às qualidades de alguém... 3. Dignidade 4. Grandeza, glória.
Sendo assim, então o que podemos dizer ainda do texto de I Timóteo 5:17 que admoesta?: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina”. Impossível não notar o termo “duplicada honra”. Com base na definição do dicionário, logo acima, devemos entender: sejam estimados de dupla consideração, dupla dignidade, dupla glória, dupla grandeza. Frisemos contudo a expressão “que governam bem”, já que há aqueles que não governam bem. O leitor faça seu julgamento com temor de Deus e responsabilidade cristã consciente. Não estou evocando aquí à elevação dos referidos pastores, líderes e obreiros a status de adoração, glorificação e idolatria, apenas lembrando que é preciso dar honra a quem é digno de honra de acordo com a própria Bíblia Sagrada. Isto ainda deverá ser feito com amor segundo a recomendação de Paulo aos tessalonicenses. Devemos amar nossos pastores. Concluo com a reprodução do texto da carta aos Hebreus 13: 17 que diz:
Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.
Obedecendo estes critérios bíblicos, o cristão certamente será abençoado e a igreja mais próspera e saudável. Pensemos nisto, e, a despeito dos que envergonham o evangelho de Jesus Cristo, honremos aqueles que enaltecem o Reino com trabalho sério, reverente e sob o santo temor de Deus!
Pr. Jesiel Freitas