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sábado, 21 de fevereiro de 2015

NA "MINHA" IGREJA EU SÓ QUERO...


Pastores que se acham no direito de selecionarem tipos de ovelhas


Na mesma medida em que cai o número de pastores qualificados para o sagrado ofício, aumentam as afirmações absurdas dos que ocupam a função ostentando orgulhosamente seus títulos. No labor diário do pastoreio lidamos com as mais diversas, estranhas e complexas situações, e precisamos indispensavelmente de sabedoria do alto para tratar cada caso. Recebemos no seio da igreja pessoas advindas das mais diferentes culturas, níveis sociais, comportamentos e temperamentos, e isto propõe-nos grandes desafios. Deve haver no ministério cristão o máximo de comprometimento, amor e dedicação às almas. E isto não pode efetivar-se eficazmente se não houver no coração do pastor e do homem de DEUS, compaixão suficiente pelos pecadores. 

A cada dia aumenta de forma preocupante o número dos desigrejados, daqueles que, frustrados, decepcionados, maltratados, menosprezados, descuidados e vitimados pelo pastoreio relapso e meramente legalista e materialista, abandonam suas congregações, desacreditam da vida religiosa, enfraquecem espiritualmente e lançam-se à reclusão cristã ou ao abandono completo da fé. Há muitos feridos, doentes emocionais, homens e mulheres portadores de sequelas provocadas por homens sem chamado ministerial ou despreparados para o exercício do ministério. Há homens inflados em seus egos, tomados de arrogância, dominados pelo orgulho funcional e titular, soberbos no trato e "donos da igreja". É óbvio que não teremos nas igrejas sob nossa responsabilidade, somente pessoas de fácil trato, somente homens e mulheres de espírito calmo, ou mesmo educados, ou com o perfeito domínio próprio. Encontraremos pessoas desequilibradas, de fortes temperamentos, emocionalmente intranquilas, falantes, caladas, de corações sensíveis, de corações mais endurecidos e, muita gente de dura cerviz, como reclamou Moisés ao SENHOR acerca do povo de Israel.

Há poucos dias, numa conversa por telefone com um colega pastor, ouvi a seguinte frase: "Estou selecionando a membresia de minha igreja. Procuro receber ou buscar ovelhas de qualidade. Prefiro uma igreja pequena com muita qualidade, que uma igreja grande repleta de problemáticos". Fiquei estupefado com a infeliz declaração do colega. Dias depois, ouvi outra afirmação de um amigo pastor em uma de minhas viagens de pregação: "Na minha igreja, só quero ovelhas que não deem problemas, pessoas que saibam comportar-se bem". Outra vez recebi a declaração com tristeza, mas reagi contrapondo-me ao amigo. Explico-lhes porquê: Este não é o modelo de igreja proposto pelo SENHOR JESUS CRISTO, o real SENHOR dela. Também não é o modelo de pastor proposto nele, o SUMO pastor. Costumo dizer que uma das manifestações mais comoventes do SENHOR JESUS nos evangelhos, é o seu apelo aos pecadores em Mateus 11: 28 - "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei". Ele não chamou para o seu rebanho, especialmente neste texto, somente pessoas de alta classe social, ou pessoas bem resolvidas, ou gente totalmente equilibrada, nem os "perfeitos". Mas convidou para que fizessem parte de sua igreja os "cansados", ou seja, gente sobrecarregada, que já estava vivendo todos os limites, que já estivesse sob o peso das constantes oscilações e provações da vida, e, portanto, emocionalmente instável. Também chamou para seu rebanho os "oprimidos", ou seja, os aflitos, os angustiados, os sobrecarregados, os atormentados, os subjugados, os tiranizados, os esmagados, os apertados, os pressionados e os comprimidos pelas provações, pelas injustiças e pelos sofrimentos diversos da vida. Essa gente costuma chegar cheia de problemas emocionais, carregada dos mais diversos sofrimentos, estrangulada pelas grande adversidades da vida, e, portanto, em estado psico-emocional dilacerado. E neste caso, há dificuldades nos relacionamentos, no trato, no diálogo e até na interação com a liderança. 

Evidente que elas não permanecerão assim, mas com o devido cuidado, atenção, paciência, longanimidade, amor e compaixão pastoral, serão transformadas lentamente, dia após dia, sendo aperfeiçoadas, melhoradas, amadurecidas e irão crescendo, até que no dia do arrebatamento atinjam a medida da estatura completa de CRISTO! Foi ele quem as convidou, é ele o dono da igreja, foi ele quem morreu por elas e ninguém as ama mais do que ele, mas todos precisam imitá-lo no amor, principalmente os PASTORES! Se um pastor não tiver equilíbrio emocional, capacidade intelectual, um certo conhecimento de psicologia e, especialmente, compaixão pelas almas, as dispensará e as abandonará em detrimento de sua falta de capacidade e preparo para a tarefa. E a desculpa será sempre a mesma: "em minha igreja, só quero ovelhas de qualidade. Melhor pouco com qualidade, que muito sem qualidade". Mas, que direito tem o pastor de selecionar as ovelhas de CRISTO, quem pensa ser o tal que declara para descartar pessoas a seu bel prazer como se tivesse o direito de fazê-lo? A Bíblia diz que "o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas", e não interessa como elas sejam. Foi JESUS quem ensinou, quando os discípulos perguntaram-lhe se deviam arrancar o joio semeado pelo inimigo: "Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele" (Mateus 13: 29). 

Os tais pastores, precisam aprender com o mestre dos mestres. A igreja é um grande hospital, uma agência transformadora de pessoas através do evangelho. Todavia, esta transformação não ocorre do dia para a noite; é lenta, gradativa e exige profunda paciência. Um pastor ou líder que estabelece padrões para as ovelhas da igreja que cuida, não está apto para exercer a função. Na verdade, demonstra incapacidade e falta de condição de lidar com as diferentes pessoas. No ministério pastoral, somos muitas vezes afrontados, desrespeitados, criticados e até ofendidos moralmente sem que o devamos. O maior sinal de capacidade para exercê-lo e de dignidade para pregar o evangelho é perdoar, demonstrar amor, ser paciente, praticar a longanimidade, exercer a visitação pastoral sem qualquer distinção e cumprir o seu papel. Se a ovelha recusar os cuidados do pastor insistentemente, então não será mais problema dele. Mas, quando ele a descartar conscientemente, terá que prestar contas a DEUS pelo cuidado da vinha e dos talentos, e este, não aceitará desculpas, escusas ou pífias justificativas. Lógico que há pessoas problemáticas que não respeitam autoridade, há pessoas duras de coração, etc... Mas o pastor terá que, imparcialmente, cumprir o seu papel. Todas as ovelhas tem uma história, e é necessário que o pastor conheça o estado de suas ovelhas: "Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre os teus rebanhos." (Provérbios 27: 23).

A ovelha precisa aprender rápida ou lentamente a respeitar e amar o seu pastor, mas o pastor, quando atende ao chamado, já deve ter aprendido há muito tempo a amá-la, dedicar-se à ela e a vê-la como ovelha que precisa do cuidado, da compaixão e da longanimidade do pastor! Nesse caso, não existe e não pode existir a sentença: "NA MINHA IGREJA EU SÓ QUERO...". Primeiro porque a igreja não pertence ao tal pastor, e segundo, que o querer é do SUMO PASTOR e não dele!

Pastor Jesiel Freitas
Ministério Palavra no Altar








terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

UM EXÉRCITO DE FERIDOS E SOLDADOS FRUSTRADOS - Quem responderá por isto?


O tema pode ser chocante, mas a construção está correta. É o que tenho visto, aliás, o que temos visto, apesar dos tantos que se fazem de cegos ou comportam-se com indiferença em relação ao tema. Estou falando de um exército bem conhecido de nós, pastores, líderes e ministros do evangelho em geral: milhares de soldados militantes na árdua tarefa do sagrado ministério eclesiástico. São pastores, evangelistas, presbíteros e obreiros atuantes de todos os lugares e de diversas denominações que em pleno campo de trabalho ministerial foram atacados, perseguidos, feridos e abandonados por seus líderes ou recrutadores, companheiros e iguais como se não tivessem origem, chamada, nome, valores, famílias, formação e história! É assustador o número deles... E crescem em proporção a cada dia, como se isto fosse perfeitamente natural e aceitável entre aqueles que sempre apregoaram, apregoam e devem continuar apregoando o AMOR de DEUS como sendo nossa maior herança e característica. O que é mais intrigante e inaceitável, é o fato de que os ferimentos que sofreram não tenham sido provocados pelo mundo sem DEUS ou por aqueles que não professam a mesma fé, alheios à igreja de Cristo; não! Estou falando de soldados feridos em pleno campo de batalha pelos seus iguais, irmãos em Cristo, defensores da mesma causa e que falam em nome do mesmo Deus. Profundamente lamentável! Tenho visto missionários, pastores auxiliares e obreiros valorosos sendo achacados, caluniados, perseguidos, desprezados, difamados, relegados e abandonados. Grande parte deles dedicou o maior tempo de suas vidas ao serviço ministerial, sacrificou suas famílias, renunciou sua vida particular, deixou para trás profissão, local de origem, entes queridos e até alguns ou vários empreendimentos terrenos para investir no Reino de DEUS. A maioria deles acreditou na chamada divina, iniciou romanticamente o trabalho ministerial, confiou em seus líderes, preparou-se teologicamente, investiu em conhecimento, desprendeu tempo de sua vida e lançou-se sem reservas nos ideais de suas denominações e organizações, fazendo disto o propósito e ocupação também de suas famílias. O cenário é desolador. Alguém poderia argumentar: "Mas isto é natural no exercício do ministério, isso pode acontecer com qualquer um. O ministério cristão é assim mesmo... não devemos estranhar isto!" E eu digo: Não! Não é natural, não pode acontecer com tanta frequência e não podemos aceitar passivamente o fenômeno, sem que repensemos o que é chamada divina, ministério cristão e modelo de igreja de acordo com a Bíblia Sagrada. 

Estou falando de obreiros que sofrem injustiças terríveis, são desprezados em detrimento de interesses secundários, substituídos para darem lugar a alguém que é amigo de alguém, menosprezados em suas chamados para que seus lugares sejam ocupados por gente despreparada, mantida por influências puramente genéticas ou políticas e obreiros que são descartados como se fossem meros objetos de consumo comercial. Conheço inúmeros companheiros feridos e abandonados no meio do caminho, sem que ao menos tenham praticado qualquer erro de natureza grave ou que justifique as atitudes tomadas contra eles. Homens que depois de dedicarem anos de suas vidas trabalhando com ministérios e igrejas, são descartados sem qualquer temor a DEUS ou direção que dele venha, até porque DEUS não faz isto com seus filhos. São tratados como se não tivessem esposas, filhos, responsabilidades, sonhos, objetivos, foco, vocação, talento ou chamada. São traídos e removidos arbitrariamente de um lado para o outro sem qualquer diálogo, como se fossem móveis de uma casa velha e como se não tivessem opinião própria, porque vontade, esta sempre precisará ser a de DEUS! Descartados, são abandonados à beira do caminho para morrerem. Os que são mais fortes ou preparados espiritualmente, ainda insistem na luta buscando em DEUS socorro, saída e novas oportunidades. Os que estão muito cansados, desgastados pelo tempo e até desmotivados pelas injustiças sofridas, vão esmorecendo aos poucos, moribundos, decepcionados, frustrados e muitos até revoltados com as circunstâncias. Desses, nascem grupos diferentes: alguns desviam-se, fracassam, enfraquecem na fé e não querem mais continuar na batalha. Há outros que apenas desistem do ofício sagrado, bastando-lhes serem crentes que vão à igreja vez ou outra. Se não perdem a salvação, louvado seja DEUS! Mas há outro grupo: o daqueles que convictos de suas chamadas e sem espaço ou oportunidade, lançam-se em novos projetos e abrem ministérios, igrejas ou denominações, já que não querem abrir mão da vocação recebida do Senhor JESUS CRISTO! E, sabe o que é pior? São chamados de rebeldes, desviados, encrenqueiros, antiéticos, e divisores.

Deixo claro, que neste artigo não faço qualquer tipo de defesa àqueles obreiros despreparados, ou que se auto-intitulam pastores, missionários, apóstolos, bispos ou seja lá o quê. Não estou defendendo os insubmissos, os criadores de contenda ou os de espírito faccioso que só promovem dissenções por onde passam. Não! Estes são dignos de disciplina cristã, de afastamento de suas funções e de tratamento divino. Refiro-me mesmo aos injustiçados, àqueles que realmente são atacados por seus iguais, aqueles que são abandonados no campo de batalha e que acabam por frustrarem-se diante das injustiças vividas. E pergunto? Quem responderá por isto? Quem prestará contas a DEUS pelos que se perdem vitimados por homens arrogantes, presunçosos, carnais e amantes de si mesmos e dos deleites? Bem, certamente os que sem qualquer temor provocam tais situações. É preciso rever urgentemente isto, é preciso retratar-se com DEUS e resgatar os milhares de soldados feridos em campo de batalha. Há muitos que ainda não morreram, que ainda podem ser curados, que ainda podem gerar frutos e que podem continuar a nobre missão de resgatarem almas para CRISTO e de cuidarem dos rebanhos do Bom Pastor. Quando deparo-me com tais líderes eclesiásticos de procedimentos duvidosos e de atitudes cruéis para com seus companheiros, então lembro-me claramente do texto abaixo:

"Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes... E, do modo porque Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé". (II Timóteo 3: 1-5,8)

Infelizmente, muitos dos tais líderes, quando se vêem acuados ou flagrados em suas próprias injustiças, então acusam seus desafetos ou por eles feridos, dos mais diferentes "erros". Inventam adultérios, roubos, más administrações e toda sorte de fantasias e mentiras para destruírem os que já feridos estão e justificarem suas impiedades. Não é muito nem temeroso dizer que grande parte dos tais amargará a condenação eterna do inferno. Afinal, DEUS não aceita injustiça nem faz vistas grossas às impiedades e injustiças cometidas em sua casa e "em nome" do seu reino, já que a maioria deles justifica-se dizendo que foi "DEUS quem mandou" fazer isto ou aquilo ou que tudo está no que eles chamam de "tempo de DEUS". Oremos em favor do ministério e daqueles que estão conosco nas fileiras do exército divino!

Pastor Jesiel Freitas 
Ministério Palavra no Altar
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